...Assim desembarcou a 15 de Outubro de 1975, um ser especial, que viria a ser uma pessoa muito especial para mim... a minha cara metade, o meu maridão.
Saído de uma Capital como Luanda, veio parar a uma Vila de Reguengos de Monsaraz, de seguida para Salvaterra do Extremo e...o nome diz tudo. Frio, frio e mais frio. De certo não só o frio de clima mas sobretudo o frio da alma, dos sentires de uma África já tão longínqua...Foi de certeza uma longa caminhada...
Faz amanhã 29 anos que o conheci, numa viagem á Serra da Estrela do Liceu D. Dinis em Chelas, onde estudavamos .
Conhecemos muitas pessoas que tendo passado uma situação semelhante ,são revoltados,de mal com o mundo inteiro, rancorosos, vivem numa angústia constante e de um não em relação a tudo o que se lhes depara. Pois este Ser de que falo, reduziu-se á sua insignificância e transmitiu-nos sempre a imagem da terra onde teve a sorte de nascer e crescer e com um enorme sorriso. Os filhos falavam de Angola, como se conhecessem.
Esta é a forma que eu penso devemos tratar na nossa mente, alma, de tudo o que nos vai acontecendo, por vezes menos bem ao longo das nossas vidas...
Aceitar e adaptando-nos a cada nova realidade que nos surge.
Nostalgia? Sim! Por vezes chama-me porque encontrou algo da terra dele e logo grava e partilha com todos nós. Não sem que uma lágrimazinha lhe turve o olhar, mas é um misto de tristeza e alegria porque pôde lá estar, vivênciar e agora temos o prazer de o ter entre nós.
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